Vir em junho pro São João no nordeste é 10/10, mas não recomendo estender a viagem pra julho, porque não da pra garantir praia – venta e chove muito aqui no inverno.
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Depois de completar 10 edições da newsletter 🎉 pedi feedbacks e percebi que passo uma vibes mutcho séria, falhando miseravelmente no que já disse uma ou duas vezes: só queria criar um espacinho pra praticar escrita-pra-publicar.
Beleza, tentei isso diversificando os assuntos, antes falava só de yoga e meditação, depois fui pra produtividade, cotidiano e reflexões aleatórias, mas a news ainda continua cansativa longa. Vou aplicar uma nova tática: variar o formato.
Com isso em mente, esse é o quinze (15) coisa, copiado inspirado no 15 things I consumed this week da minha newsletter gringa preferida a maybe baby. Bora lá.
Vamos contar a indicação da newsletter Maybe Maybe como uma coisa já: gosto dessa news porque é sobre porra nenhuma, e mesmo sendo aleatório, quase tudo me interessa – seria essa a descrição da internet como um todo? rs No geral são reflexões de uma 30+ urbana hispter de nova york, me identifico mesmo sendo urbanoide de país pobi – será que todo mundo de cidade grande pensa meio parecido?
O filme “Beginners” do diretor Mike Millers. É de uma sutileza, não só retratar um pai se assumir gay depois de idoso, mas de trazer flashes de como foi a vida dessa mãe que conviveu com esse fantasma a vida toda. Outro ponto alto: tem minha eterna crush, Mélanie Laurent – au revoir shoshana.
A ferramenta SuperMavenque usa inteligência artificial pra te ajudar programar dando sugestões pra completar o código, assim como o corretor de textos completa as mensagens, sabe? Mas ele sugere funções inteiras, é sensacional. Isso na versão gratuíta, a paga é outro nível – fyi 10dol.
Ainda sobre tecnologia, perdi tudo vendo o vídeo do lucas montano tentando aprender Zig, a linguagem de programação que ta pagando melhor no mercado. Cenas reais da vida de programadora, um desmotivacional pra quem ta querendo aprender a programar, talvez.
Esse meme tirando sarro do atentado contra o trump:
Deixei nas ideias e demorei tanto pra postar esse ‘15 coisa’ que agora temos outros infinitos memes, agora sobre as Olimpíadas – que começaram ontem kk Como escolher um, não é mesmo? fonte
No tópico I’m exactly like the other girls, tô namorando esse pincel de maquiagem quatro em um da Guava, parece ótimo pra viajantes que precisam economizar espaço ˜como eu.
Outra coisa meio how I love being a woman, adquiri lookinhos de ginástica numa loja de bairro, tecido mediano e preço accessível, acho que não vai durar mais de um ano, mas fiquei obcecada pelas cores, fiz uma misturinha delas ♥️não sei se a foto representa muito bem as cores risosaqui uma misturinha verde-laranja ♥️ (olha a ativação desse uddiyana bandha que orgulho 💅 fotinha tirada pelo Marcelo no seu shala de ashtanga, recomendo muito a guiança dele)
Tô amando João Pessoa, as praias são lindíssimas e as cores do céu inexplicáveis – aliás as nuvens aqui no nordeste parecem algodão doce, notei isso desde Maceió.Tô apaixonada e já pensei em morar aqui mil vezes. Não só pela praia, mas a vibe de Jampa é demais, tem muito esporte pra fazer e a cena de arte é fortíssima nível São Paulo de diversidade de rolês alternativos culturais, sério. Destaque pro bar da Cléia, aqueles lugares que a gente nem sabe se deveria falar por aí 👀 justamente pra não hypar, gentrificar o rolê, descaracterizar o lugar, sabe?
Por outro lado, um lugar turístico que queria muito que hypasse – tipo que todo sudestino quisesse visitar uma vez na vida- é a hollywood nordestina e os lajedos ao seu redor. Um rolê turístico sensacional – vc pode ver tudo com detalhe em algum tiktok de viagem mais próximo. E vale comentar que a região não é só palco de filmes e séries da Rede Globo e Disney, mas tem produção própria.
Resolvi experimentar a carne de sol aqui da Paraíba e não sei se é porque comi pouca carne na vida, mas achei a delícia dos deuses 🥲 comi na versão com queijo qualho e com creme de nata – algo bem local também.
Aliás, esse croissant comi nomeu café preferido da cidade até agora. Achei outros cafés bacanas pra trabalhar, mas geralmente são dentro daqueles conjuntinhos comerciais padronizados, o horror quando junta com a vibe móvel planejado de café de franquia assim… sabe? Tipo, tomei o melhor café com pistache da vida, só que a que custo?! Ele é dentro da loja Track And Field kk o horror, zero vibes. Saudades dos cafézinhos de SP: Takko e PPD especialmente 🥲
Quem me segue no insta sabe que tô obcecada pela ópera da Serra da Capivara, que acontece todo ano em julho. Tá na listinha de coisas pra 2026 quando voltar ao BR – enquanto isso só namoro o insta e anoto no notion os planinhoss.
Cara, eu não conhecia a Lela Brandão kk Gab me mandou um episódio ótimo do podcast dela sobre fazer amizades, a relação da mulher com terceiro lugar e – o que mais me marcou: uma breve reflexão sobre as pessoas acharem que influenciadores são seus amigos de fato, ocuparem esse lugar em suas vidas. Me lembrou muito uma vez que deixei de seguir uma influencer pq ela ficou grávida, uma amiga ficou horrorizada comigo e eu não entendi nada. Assim, muitas camadas, mas no geral, a mulher trabalha com isso: ela quer me vender o estilo de vida dela, se ela vai vender coisa de estilo de vida relacionado a gravidez e eu não quero ser mãe agora, pra que eu vou seguir?! Bom, e dentro disso a Lela trás reflexões sobre a falecida internet anos 2mil – saudades – com suas comunidades que uniam pessoas versus a estrutura segregadora das redes sociais hoje, tudo num tom de podcast pra ouvir fazendo faxina assim, maravilhoso, vc já deve conhecer, mas pra mim Lela foi um achadinho massa, tipo a Halem da news Maybe Baby que comentei ali em cima, 30+ urbana hipster e tal.
Ponto alto do momento: Dicas pra manter o foco?
Baixei o chatgpt e o notion pra desktop e reduzi muito o uso do navegador em sites aleatórios. Acaba que muitas horas do dia eu só fico entre eles e o VSCode. Claro que vira e mexe o chat erra e tenho que dar uma lida nas bibliotecas do Rust os caminhos certinhos, mas já é uma reduzida boa.
E você, tem dicas de como não se distrair com a internet inteirinha quando vc precisa só de uma parte dela pra trabalhar?
obs – mais algumas considerações sobre o meta verso dessa newsletter:
Essa news tinha inicialmente o nome debochado de ‘ritual místico de cura’ porque ia falar só de yoga, mas como resolvi variar os temas e tudo tem um caráter experimental aqui, mudei para ‘começo na segunda’, porém nem eu me identificava com isso, nunca deixo nada pra começar na segunda, daí troquei pra ‘cartas da mica’ – as edições agora tem número de carta, o íconezinho e tal 📮
Porém, ‘Cartas da Mica’ ainda me soa um nome meio bocó.
Até porque ta na moda ter nome de newsletter mais cheio de referência tal qual um blog dos anos 2mil.
Tô me sentindo aquelas pessoas meio …….. que elogia tua tatuagem e quando vc pergunta se ela tem alguma, a pessoa diz
– não tenho porque não saberia o que fazer, tenho medo de enjoar ou me arrepender.
O nome da newsletter está exatamente nessa categoria pra mim nesse momento, uma coisa meio e se eu me arrepender e quiser mudar…
Sem conclusão ainda, mas é esse o update sobre a mudança de nomes.
Por outro lado, gostei do nome dessa sessão, quinzecoisa soa muito bem, ainda mais se dito rapidinho, quinzecoisa, muito melhor do que quinze coisas – talvez fique ainda melhor se chamar quinzecoiza. a pensar, o que vc acha?
Outro dia a Ca Fremder viralizou “revidando” um comentário no tiktok e queria enquadrar a resposta, por na parede, mas como não tenho casa vou apenas quotar aqui.
Uma moça mandou “o que vc ta fazendo aqui?! sua velha!” e a diva disse o seguinte:
Passa assim ó, to com 42, querida, amanhã vc ta com 42. Se tudo der certo! Porque você pode morrer. Olha que loucura. E a ideia é ficar velha, entendeu? Porque eu não quero morrer. Então a não ser que você queira morrer, é velho que você vai ser. Entendeu? Se você ainda não entendeu isso, que difícil pra você.
Essa alfinetada inter-geracional internética me deixou pensando sobre a dificuldade que temos em compreender o tempo.
O tempo é apenas uma questão de interpretação, não é uma lei definida, inclusive Einstein acreditava que os conceitos de espaço e tempo são criações livres da inteligência humana.
Todas as culturas tentam fazer sentido desse rio-tempo que parece passar trazendo e levando cada um de nós. A nossa, mais recentemente, tem metrificado ele com relógios de pulso e o google Calendar, que levanta uma notificação na tela pra te lembrar que faz mais 30 dias que você esta namorando ou se passaram mais 365 dias da vida de alguém querido.
…o tempo não é fragmentado, o tempo não é linear. Isso é uma construção da história colonial: “há um passado, há um presente, há um futuro.”
No pensamento africano e de todas, muitas, outras diásporas, o tempo coexiste. Eu não posso estar no presente sem a história do passado. O meu presente é futurista, ultrapassa o presente e está no passado. É uma complexidade de tempos.
Estamos coexistindo aqui nesses tempos todos, com nossas memórias de idades diferentes, somadas aos escritos e conhecimentos de outras épocas.
Isso é lindo e muito complexo de conceber, principalmente pra nós que crescemos nessa ficção linear, achando que necessariamente quem é mais novo tem mais tempo de vida pela frente e que ser promissor – ter essa promessa de vida – é melhor do que de fato o que foi realizado na vida de cada um depois de velho.
Viver sonhando com a juventude ou com o que poderia ter sido – sem nunca pensar que nosso tempo é agora, temendo ficar inválido ou ser descartado na velhice e comparando todos os aspectos da vida com todas as outras pessoas de idades e realidades completamente diferentes… pra mim, isso é em parte resultado da nossa concepção do tempo linear e parece muito duro viver assim.
o envelhecer em diferentes culturas
Aqui no Brasil, a pessoa velha do imaginário coletivo tem como hobby encher as filas preferenciais dos bancos ou pegar o assento pela manhã, te fazendo surfar no ônibus pro trabalho , principalmente se tua linha passa pelos hospitais da cidade.
Isso para as pessoas muito velhas, todas as outras pessoas adultas devem estar em casa cuidando dos filhos ou basicamente trabalhando offline, longe do tiktok. Chato, né? Essas fics só podem gerar uma não-vontade de envelhecer, mesmo.
Outro dia vi que tem um bar nos Estados Unidos que não aceita pessoas com menos de 30 anos, achei o máximo, mas deveria ser totalmente comum, não? A maior parte da vida acontece aí – continuamos fazendo amizades, aprendendo novas coisas, ganhando dinheiro, conhecendo lugares e tocando a vida muito além dos 20.
Na Italia a maioria das pessoas em cafés e barzinhos tem entre uns 40 a 60 anos. Como estão em maioria, deve ser impensável alguém achar que pessoas com aparência-de-adultas-formadas não podem ter lugar de fala ou não tem uma vida promissora.
Mas pra não comparar apenas com países muito mais ricos, quero dizer que quando fui a China foi pior ainda, via velha em todo lugar! Lá elas tem vida ativa, fazem exercício (e dançam!) com amigas no parque (super comum), vão á lugares de transporte público em qualquer horário, trabalham em comércios…
Voltando ao Brasil, outro dia estava no show da Elba Ramalho no maior São João do mundo, em Campina Grande (desculpa, Caruaru), quando ouço dois caras bombadinhos tatuados ao meu lado falando:
Olha a múmia lá
A diva de 72 anos de idade animando uma multidão que eles jamais vão cativar na vida e o comentário dos bonitões é esse… Duvido que eles disseram isso no show de Alceu Valença ou de Geraldo Azevedo.
é possível rejuvenescer ou… não morrer?
Ter a aparência velha não é obviamente horrível, mas um construto social.
Inclusive, alguns países tem como busca de p*rnogr@f!a as mulheres mais velhas – é realmente a preferência, mas na maior parte do mundo pessoas com sacos enrugados são facilmente comprados pela mídia barata, gostam de ver adolescentes fazendo s3x0.
A cultura hegemônica capitalista global esta cada vez mais obcecada por deixar todo mundo com cara de 20 anos – que pra mim foi a pior década da vida, pelo amor de deus, não, por favor não me levem de volta praquele purgatório!
Nós poderíamos deixar o padrão de beleza ali na casa dos 40, o rostinho mais torneado, a musculatura bem desenvolvida de uma pessoa ativa há anos…
E se passarmos a viver até os 100, podemos atualizar os padrões de sexy para os 50 anos. Seria muito mais realista, menos frustrante, mais barato… Que tal?
Claro que isso não vai acontecer, manter esses padrões de beleza que negam a natureza da vida – envelhecer – nada mais é do que um jeito infalível de manter todo um mercado girando.
Estamos dentro da roda, logo, super justificável querer aparentar ser mais novo pra não ser atropelado pelos preconceitos, mas bom lembrar que mesmo que eu me distraia da inevitabilidade de envelhecer colocando um botox preventivo ou qualquer outra m*rda pra ficar mais ou menos nos padrões (esses dias minha obsessão é por bocas carnudas)…
Não tem procedimento estético com garantia de que amanhã vou estar viva.
Quando minhas avós de 90+ contam que pegavam o bonde na garoa e papeavam com as amigas na saída do trabalho ali perto do Mappin, penso que elas tem as mesmas vantagens do que eu de estar vivendo o aqui e o agora, vivas e lúcidas pra passar suas memórias.
Elas tem mais dores? ô! As véia já não tem mais cartilagem nas junta! Mas elas são com certeza sortudas, porque viveram as vidas sem grandes acidentes, estão bem.
Já eu, não sei se vou sofrer um acidente amanhã – deusmelivre – ou se vou poder contar para as gerações futuras quantas outras vezes reformamos o vale do Anhangabaú – elas, tão aí, na contagem!
Talvez essa minha visão amarga forma de ver a vida seja porque quando nova perdi pessoas jovens, meu paidrasto morreu aos 33 anos (minha idade hoje) num acidente de carro – eu tinha 13 – e outro amigo também se foi assim, mas aos 15 anos – percebi logo que a vida longa não é uma certeza, pra ninguém.
No geral, a não ser pelos monges budistas – pique livro do viver e do morrer – a gente nem quer pensar sobre isso. Com razão, quem quer pensar no fim desconhecido?
A obsessão por não-morrer é atemporal (e geralmente esta atrelado a não-envelhecer), a gente quer acreditar que vai transcender a morte, tal qual os yoguis de milhares de anos atrás.
Hoje tem bilionário por aí vendendo vida eterna, a alimentação perfeita, os suplementos, conjunto de exercícios… como aqueles manuais de exercícios corretamente corretos de cem anos atrás que contei outro dia.
Sempre foi assim, mas acho que com as telas piorou.
Nosso mundo externo ta cada vez mais entre telas cheias de imagens de gente jovem jorradas pelos algoritmos, constantemente perdemos a noção do tempo que passou ou de como esta nosso corpo sentado na cadeira enquanto vidrados nas telinhas.
a vida digital
As plataformas digitais nos permitem ter várias “vidas” simultâneas tão reais quanto a vida material, cada uma com sua própria narrativa variada, em vídeos, textos, fotos, memes, áudios em 2x…
Kant achava que nosso conhecimento do mundo é limitado ao que é possível conhecer através de nossa percepção:
espaço e tempo não são realidades físicas independentes, mas sim construções mentais que usamos para organizar nossas experiências e o mundo externo.
E temos organizado as coisas de forma bem diferente de tudo o que já vivemos como humanidade…
Se você não me conhece, prazer, Michelle. Se me conhece, já sabe, Michelle.
Eu viajo o mundo trabalhando como desenvolvedora de sistemas, mas apesar de ser uma techie girl, sempre fui meio amadeu das ideia contra a super digitalização de tudo.
Se você também gosta de meter o pau em quem fica scrollando a timeline no banheiro, mas que, como eu, ta lendo essa newsletter do trono, fica, se inscreva:
Parece meio black mirror mas é real, nossas vidas tem passado mesmo em um tempo diferente que nos faz esquecer onde estamos, quanto tempo passou e quiçá, que estamos envelhecendo ou vamos morrer um dia.
onde estamos?
Outro dia tava falando sobre a gente puxar menos papo com desconhecidos na cidade grande, lembra?
a gente já sabe, já sentiu, que nossa percepção e conexão com o espaço não tem totalmente a ver com estar com o corpo material e fisicamente nesse espaço.
quanto tempo passou?
Vamos juntar com esse outro fato aqui embaixo:
Não sei se já aconteceu com você (rs) ou eu que sou muito esquisita (rs), mas sabe quando a gente ta no telefone e perde totalmente a noção do tempo (rs)? Achava que tava há quinze minutos na tela, mas ta há duas horas e meia (rs)? Então (rs).
a gente já sabe, já sentiu aquilo que a Grada Kilomba falou ali em cima: o tempo não passa de forma linear, nossa percepção dele muda, as vezes parece que o ano passou voando, “as vezes quando to com você o tempo para” 🥹
Isso dá uma percepção de tempo-espaço diferente: com a internet podemos experimentar mais eventos e interações fora dos nossos contextos físicos imediatos, criando uma nova dimensão de realidade.
novos lugares, novos tempos
O espaço e o tempo são parte de uma mistura complexa e multidimensional que compõe a realidade junto com outras coisas como energia, luz, som, calor etc.
John O’Keefe chama isso de “sopa de energia n-dimensional”.
Para interagir com o mundo, os animais – incluindo os humanos – precisam dividir essa “sopa” complexa em partes distintas ou “objetos”.
Isso permite que o hipocampo mapeie os ambientes e possamos identificar, interagir e navegar entre diferentes elementos do nosso ambiente – John ganhou um Nobel com estudos sobre a relação entre o hipocampo, espaço e tempo.
E agora nessa sopa temos o celular.
Ele é um novo objeto que expande nossa capacidade de perceber dimensões antes inacessíveis, ao nos expor a estímulos e ambientes virtuais elaborados que não encontramos no mundo físico – vídeos bem editados, com movimentos e falas pré-pensados, cortes e músicas estratégicos…
quanto tempo demora pra … ?
Quanto tempo e habilidade precisa pra preparar um ramen? No shorts demora 1 minuto, parece fácil. Quanto tempo demora pra aprender a programar? No YouTube tem gente que ensina hoW tO Be A proGrammEr iN 6 MOnThs.
Tudo se resolve digitalmente de forma descontextualizada – nem se ouve mais um álbum inteiro (!!) e a mensagem do artista? (!!) – A gente vai perdendo a noção do tempo que demora pra fazer as coisas.
Buscar fora de nós um padrão do melhor tempo pra fazer algo nega aquilo que sentimos na pele: cada um entra no flow de maneiras e por motivos diferentes.
As vezes rola uns picos de interesse, horas e dias vidrada em construir algo ou solucionar algum mistério e isso não é necessariamente uma neurodivergência, apenas a natureza agindo, em ciclos. O que me faz pensar na relação que a gente vive com o trabalho.
tempo de trabalhar
Ando internalizando aquela crítica de que o trabalho ideal de 40 horas semanais é uma ficção. Metrificae pelo relógio o tempo produtivo é uma relíquia da revolução industrial e só alimenta a narrativa linear, logo só pode gerar uma ansiedade desnecessária e não condiz com a natureza do tempo.
Estou viajando nômadee, ás vezes, ao invés de turistar por aí, trabalho muito mais horas do que costumava fazer em casa. Achei que seria o inverso, mas tenho curtido isso, sabe…
Antes eu chamaria qualquer pessoa assim de c4del!nha corporativa, mas convenhamos que é super comum, quando não estamos trabalhando, passar 2 horas por dia a mais no telefone – o que nada mais é do que ser doadora de dados para grandes corporações.
Ninguém trabalha constantemente numa cadência exata. Há dias que tudo pode ser feito em 4 horas, outras semanas podem ser pra se atualizar, aprender algo difícil…
As horas de trabalho podem ser pra mais ou pra menos, ao longo de uma (te desejo) longa vida – e isso sim é realista, não é uma ficção dos tempos de chão de fábrica.
Fora isso, claramente o trabalho de fábrica é diferente do trabalho de tela, como metrificar as novas camadas complexas de espaço-tempo geradas pelas novas tecnologias?
Tecnologias muito, mas muito mais imersivas dos que as de 200 anos atrás, como os bons livros com boas história que (ainda) nos faz perder a noção do tempo.
O que são 3 horas e 26 minutos vendo tweets? O que são 3 horas e 26 minutos assistindo Assassino da Lua das Flores? Você me diga.
Logo, as coisas levam o tempo que tem que levar – cada um que sente seu próprio tempo.
o tempo pra mulher
Voltando a comentar sobre o mini-ataque no tiktok já pra ir terminando o texto…
Esse evento cabe na questão ali da Elba Ramalho – o tempo passa diferente pra mulher, porque não importa quão f*da a gente se torne, acabamos reduzidas a nossa idade.
Compreensível, afinal fomos criadas no suco de Cinderela, sua madrasta era poderosíssima, mas queria mesmo é a juventude da enteada. Logo, a juventude eterna deveria ser o desejo de toda mulher.
Inclusive, vivemos todas em uma suposta competição eterna entre todas as mulheres – infelizmente, é mais provável que uma menina de 16 anos se sinta ameaçada por uma mulher de 42 e ataque ela chamando de velha (rs) do que se sentir feliz por uma representação feminina na rede, um modelo a ser seguido.
Há diversos homens da idade de Ca Fremder pelo tiktok e duvido muito que recebam esse tipo de comentário. Pelo contrário, devem ser vozes que causam admiração por caras mais novos que – querem ser assim um dia, aliás, o quanto antes!
Esse tipo de mentalidade ta tão arraigado que outro dia vivi ela de forma inesperada:
Tava na estrada, ouvindo um som, vendo a paisagem e comentei com meu amigo que tava sentindo inveja forte de uma moça que conhecemos:
ela faz yoga cotidianamente, está cercada de presenças femininas… duas coisas que me trazem felicidade, andava sentindo falta na viagem e queria conversar com ele que precisava fazer algo em relação a isso.
Geralmente ele é um ótimo ouvinte, nos conhecemos há anos e ele gosta de trocar, mas a primeira coisa que disse foi:
talvez você tenha ficado com inveja porque ela é mais nova.
Nós mulheres estamos sempre, nas camadas profundas de tudo o que se é dito ou pensado socialmente, numa corrida contra o tempo diferente dos homens – esses que podem colocar a cadeira na calçada e ficar apontando pras nossas rugas, enquanto suas barrigas crescem sem ninguém notar.
Por que ele achou que ela era mais nova do que eu? E por que eu teria inveja de alguém com menos idade? Será que ele, chegando nos seus 30, sentia inveja de pessoas mais novas – e tava projetando isso em mim?
Acho que ele não quis dizer algo tipo:
Você ta com inveja porqueela tem mais tempo pra viver do que você 🍃
Provavelmente quis dizer:
Talvez você tenha ficado com inveja porque ela é mais bonita do que você.
Enfim, jamais saberemos sua real intenção… Tava tão entretida em destrinchar a questão do yoga e das amigas que nem problematizei na hora, mas trago aqui como exemplo
O tempo pra mulher tem que passar diferente, e isso permeia nosso imaginário e cotidiano, mulheres tem o seu lugar: as idosas não podem animar shows, as que passaram dos 30 tem que invejar qualquer (suposta) juventude e as que estão além dos 40 não devem se expressar nas redes sociais.
o fim
é isso mig. essas são minhas divagações sobre o tempo ultimamente… viajar por aí sem rumo de novo tem me feito colocar tantas coisas em perspectiva, as vezes sinto
qq to fazeno aqui tenho só 6 anos
muitas questões sem resposta, para as que já tenho algumas opiniões formadas, fica as “conclusões” desse texto:
usar nossas experiências de percepção do tempo para nos lembrar de que a narrativa do tempo linear é uma prisão horrorosa – formar nossa própria concepção do tempo;
eu que devo construir o que é belo dentro de mim, inclusive em relação a beleza s3xual – e jamais dar corda pra homem que ainda não descobriu o poder disso;
o tempo que passo falando com pessoas online é real e tão valioso quanto no cara-a-cara, já que é tempo passando também – o espaço online é diferente do que conhecíamos, mas ela existe e me forma tanto quanto o offline;
viajar, ler histórias de outros tempos, outras culturas e outras realidades sociais nos faz ter certeza de que nunca estamos velhos pra fazer algo que temos condições mentais e físicas pra tentar;
é bom ser uma inspiração para pessoas mais novas ao invés de competir – e é ótimo encarar as pessoas mais velhas como mentoras – e também as mais novas;
experimentar pensar o trabalho no seu tempo e do seu jeito é libertador – mesmo que tenha prazos e metas, mudar a qualidade do pensamento sobre ele;
mais ou menos isso que quis dizer… e uma rajada de fotos que nos fazem notar que não é comum ver fotos de idosos fazendo coisas por aí nas interwebs.
brigada por ler <3
te deixo com uma arte que vi outro dia na estrada indo a Igatu – Bahia:
Smart Fit subscribers in São Paulo know: it’s perfectly normal to enter and exit the gym without looking at anyone’s face.
For those who come from a small town, I understand that at first, it can be liberating not to share equipment with the son-of-the-bakery-owner-who-betrayed-your-cousin, but after about 2 years it becomes embarrassing not to have anyone to gossip with between repetitions.
On the other hand, we know who the smart fitters from our social networks are.
They are from other units, but they are one of us, even more one of us than those who actually sweat it out on the elliptical next to us, religiously at 17:45 in front of the TV showing “Life is rad” on the off channel.
In the capital, where there is a higher concentration of people per square meter, it seems to require more willingness to interact with those who are in the same space-time as us.
The other day I watched the Argentine film “The Delinquents”, there’s a scene where the people are at a waterfall, a guy passes by them and the crowd starts a conversation. They watch him pass and exchange words. They talk to a stranger, just because he is in the same place.
It didn’t occur to anyone that it would be kind of strange to start a conversation out of the blue. They had something in common: the willingness to go there and enjoy that waterfall, which is a coincidence (!), it’s natural to talk to someone who has something in common. Why can’t it be like this at Smart Fit?
At first, I thought it was a 90s thing – the time when the film is set – there were no cell phones, or AirPods, the way was to be present. But we know that this is a myth:
I think the problem is the big city itself, a different rhythm.
The urbe is f*cked, you see someone with a cool outfit and you don’t stop to talk to the person, but you go on tiktok to search for the trend “Street Style NYC”, check the brands and trends.
In the movie, for example, they exchange information about the bus schedule, which is normal here in the interior of Bahia where I am, but in São Paulo it was easier to check on the cell phone.
Now I was reminded that it’s not a movie thing, but completely common to put into practice this ancestral communication technique: say anything to meet someone, especially if they have things in common with you like frequenting the same places.
There’s nothing wrong with that, it’s not rude and much less inconvenient, I’m here mourning all the friends I didn’t make at Smart Fit. Or not.
Logbook
Finally, let me tell you what I did in this first month of travel.
First, I drove from Sampa to here, me, Gabi, Lua, and Jupiter – Gabi’s two dogs. We made two stops, Montes Claros in Minas Gerais, nothing special, and Candiba, the highlight, we stayed in an incredible Airbnb:
We made a classic “southeasterner” mistake when the host offered to prepare dinner. She asked what we wanted, and we said that any “mineirinha” food would be great – turns out Candiba is already in Bahia, lol.
We should have realized this from the road. In Minas, the reputation matches the reality, the roads are terrible, full of potholes, and poorly signposted…
Once you cross the border into Bahia, the asphalt is good, it’s amazing. But here in the Vale do Capão, where I am in the Chapada, it’s all dirt roads. The EcoSport does the job, but it seems that the Uninho is the local preference, the most appropriate car for the situation.
Our current airbnb is perfect, absolutely beautiful, we even closed for another month right in the alice’s cat scheme: for those who don’t know where they are going, any place will do.
The three main trails we went to here in the Caeté-Açu region were:
Smoke Waterfall (Cachoeira da Fumaça)
Fairy and Gnome Waterfall (Cachoeira Fadas e Doendes)
Clear Waters Trail (Águas Claras)
We did each twice, because now at the end of the month we had visitors – my brother, a great friend of mine, and a friend of Gabi’s – and we wanted to show them the ones we liked the most.
Some sections of difficult trails, group travel logistics, people who don’t know each other, me and Gabi also getting to know each other again after years… There were some tensions, but we all came out unscathed, the greatness of nature is too striking, the biggest memory of all. It was great to be away from home, but to have people around who give me the feeling of home.
A hell of a climb. At least an hour of intense climbing and then an open plain. There’s no cool place to swim, just some points of the river, but it’s after such an intense climb, any water there is great.
At the top we see the waterfall fall, they say it’s the second largest in Brazil and it’s very worth going even when it’s dry, because, if you’re brave, you can walk where the water flows and enjoy a completely different view:
Closed trail, without that big sun in the face. On the way we pass by the Angelica and Purification waterfalls, which are the most visited. Fairy and Gnome is a bit more complicated to get to, but it’s a very cute pool.
On the way back, instead of taking the same path, we climbed up to Gerais, which is a part of the Paty trail – until there, there are a lot of stone jumps along the river, some pools to swim, a natural stone slide and the view is very cool.
My favorite so far, the trail has a beautiful view and is generally flat. The so-called “clear waters” are natural pools, it looks like a little magic garden.
The other day Gabi and I camped there for two days with the dogs and it was really nice, we want to do it again to go up and down the hill anytime.
All these that I mentioned have variations and other sub-trails along the way. In addition to them, we did other smaller ones in the region, also others more distant from caeté-açu/capão, but for today’s newsletter you already got a taste of what it’s like around here 🙂
Especially since I love touring big cities, seeing tall buildings… I’m amazed at the immensity of the natural paradise, it’s been a while since I allowed myself that.
In the delinquents movie, it shows some very cool takes that also portray this smallness of the human being in contrast to the city and nature, very good 10/10, I really recommend it.
Cool Stuff
This wonderful extension of stremio has all kinds of movies – including those from MUBI and Los Delinquentes 😉
Last year I didn’t do much, I was kind of a Ricardo Nunes of ideas, the mayor only fulfilled 11 out of the 86 goals he had set for São Paulo – realizing his mistake in April of last year, he changed 27 of them – just like us.
I planned a lot, changed some routes and still delivered little, I confess. But I won’t humiliate myself too much, I said in the last edition that I achieved good things for the long term… as for Nunes, he is so incompetent that he only completed 59 out of the 260 maintenance, recovery, and reinforcement works on bridges and overpasses, small bridges, walkways, and city tunnels. Besides that, he gave up on inaugurating the BRT corridors and the large reservoirs in areas that are affected by floods.
As if the environmental anxiety of dying in a flood was not enough, now we can also live in fear of being randomly buried while walking around the city.
WhatsApp stickers that speak for a thousand long texts
And we want to be so much, I wanted to be so much better than I am, but I am what I can be.
My hole wasn’t so deep, but I identified with the mayor on the culture point: he did not take off the paper the 10 CEUs movie theaters and the 10 educational territories he promised.
I also did not prioritize culture and education in 2023. Which should explain the so-called “constant feeling of anguish and helplessness” that I mentioned in the last text. Art is essential to a well-lived life.
I don’t want to do the Nunes again this year, so 1. I set few, more realistic goals, 2. I continue working on structural things and 3. I will prioritize art. Having said that, I come here to share a little list with the movies, books and shows that I’m dating for 2024 – to disseminate what I like, for you to see if we have things in common and for the pastime, in general, which is the whole idea of this little ritual here.
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Before I start, I know I finished the last edition (about meditation) with the promise to continue the subject. But treat this as a conversation, we change the subject, we laugh, then we remember something else, we go back and so on…
I once heard Hebe telling in an interview that she met with her friends to play cards and they continued the topics from the point where they stopped at the last meeting, months ago. This is exactly the energy of this newsletter:
In some next issue I will return to the subject. I’m going to badmouth vipassana meditation, just to convince you to go on a vipassana meditation retreat.
Now, to the cultural desires and plans for the coming months.
Where to find the parties
We know that a thousand things are happening in the city of São Paulo, but it’s archaic to browse several Instagram profiles in search of the perfect party. With that in mind, here are some tips on where to find tips:
In the situation of feeling that you don’t want to go home before 5 in the morning, I like to take a look at the shotgun website, but I generally have the notion that I’m over 30 and another place to find quality parties is boatismo:
It’s also important to check the programming of the best institution in this city: Here the direct link to the concerts page, but we cannot forget the workshops, the very well-curated exhibitions and to praise SESC in general – which, in addition to everything, occasionally provides us with a wonderful international circus festival, I love it so much.
It’s good to keep an eye out because things sell out quickly there, unfortunately I couldn’t buy tickets for 30 years of Pato Fu – if you’re going, enjoy it for me – but I managed to buy the Cornucópia Desvairada show for today and, speaking of which, already in the carnival mood, we can follow this link the programming of the little blocks that are going to happen in the city of São Paulo – or the Rio-São Paulo dashboard version made by card-carrying carnival-goers, here.
Thinking ahead, I tried to buy the Bethânia show (without Caetano 🥲), but it sold out, so I went ahead and bought tickets to see Black Pumas, Robert Glasper and a lot of quality jazz in bank event (aka C6 Fest) in May, I’m excited!
I also really enjoy hanging out on Google’s Arts & Culture app, great for getting lost online, you can like your favorite art, revisit them later, read about the artists… much better than making impossible shopping carts.
Where to eat?
Before, when I saw someone posting a delight on Instagram, I would search for the place’s name on Google Maps and I have a list there of “beautiful restaurants” and “hipster cafes”, but I changed this way of saving my curation and now I do it directly on Instagram:
When someone posts, I click on the location of the place and save it (see those blue flags there? those are the saved ones). Also, if I am in a neighborhood-city that I do not know, I enter the Instagram map, click up there “search this area”, then down there, I choose “cafes” for example … the photos are better than Google Maps and everything is much more updated.
Books to Read
For those who are into books, there is the big list of 451 releases, since I am going to do a postgraduate degree in design and city this year, I am keeping an eye on the architecture and urbanism section.
In March, Judith Butler is going to release the book “Who’s Afraid of Gender?”, I have already reserved it. This is a discussion I really like, I get excited with the new generations, who seem to incorporate the fluidity of gender naturally. In March, my friend’s daughter is born and I am already imagining the discomforts and paradigms this little child will make us go through-break.
About the novelties of the last century, there are some classics that I would like to read, the good thing about this category is that you can read without spending a penny – via libgen.is 🏴☠️. Another list to work on is the one you also have, the books I stopped in the middle – if you are an active user on the forgotten network of amazon, add me on goodreads so we can share our list of unfinished.
One of the books I started reading again at the beginning of the year is “I’m happy that my mother died”. I was enjoying the reading for reasons of also being born to someone who shouldn’t have been a mother and we never know what happens inside other people’s houses (in this sick and broken family system in which we live), but I put it aside precisely because it was only embittering me, pointing out the wound, reliving pains… I almost hid the book on the guilty pleasures shelf, until I saw Sofia Copolla recommend 3 books and surprise, surprise, this work by iCarly was among them, so I started reading again.
Movies to watch
February is carnival and it is also my birthday, according to my mother, I continue in the balzaquiana energy, according to my grandmother, I complete the age of Christ: 33 years. The biggest birthday present, finally The Boy and the Heron, the latest film by Miyazaki for Studio Ghibli, will be released in Brazil – there is no exact date yet, but it is something between February and March.
<3
I really like watching movies, more than series, but I don’t study much about it, I throw myself into the curations, now at the end of the year I went back to subscribe to mubi, so it’s half the battle. Apart from that, every year I like to go to the “SP film show” or to the “it’s all true”, documentaries, but my favorite show in the city is the ecofalante, in 2024 it will happen in May, make a note.
In the end
I could suggest some channels on youtube, blogs and other content not so long form, but I only thought about it now that I’ve passed 2k characters, so let’s get to the point. Over time I will learn to write in this format suggesting other things around here. Besides, as Seu Jorge says
“It’s not for nothing, but I’m going to have fun as long as life allows”
I think I already overshared about 2023 on a previous text, but let’s have a overview of the year here as well.
Career
This year I left my first international job, at WEX, which was not an easy decision, since it is a great company, where I had all the support, but I didn’t want to work solely with UiPath anymore and more opportunities for Python freelancing arose – which ends up the flexibility was also a best fit for my personal life at the moment.
The freelancing world came with big challenges, for the first time, I managed to build a Python automation framework from scratch without a senior supervisor. This was incredibly enriching.
Also, 2023 makes five years that I’ve been officially on the IT job market! By the second half of 2019, I got a job as a trainee for Deloitte, where they sent me to the automations area and I’ve been in the field ever since.
Continuous Learning
Urban Planning Bachelor’s degree:
There is only the Macro and Meso Regional Planning Workshop, the Metropolitan Planning and Governance Workshop, and the Undergraduate Thesis left to complete for my diploma. However, due to challenging personal life changes this year, I haven’t made progress on these. The only task I managed to complete was delivering my research.
It focused on the Extraction of built area in satellite image time series Landsat of the city of Santarém – PA – 2012 -2002. The outcome wasn’t as good as I expected, since I decided to explore not with QGIS as we learned in class, but with javascript on google earth platform. Despite this, I learned a lot.
I also managed to attend two conferences with the research team, SBSR (Brazilian Symposium on Remote Sensing) and ENANPUR (The National Meetings of the National Postgraduate and Research in Urban and Regional Planning) – traveling is great, but doing so with academic purpose and cool people is even more fun.
Yoga Teacher Training 500hours:
I’m still surfing Yogic Studies world, 50% on my way to complete the Yogic Studies Advanced Certificate Program (YSACP).
My favorite module this year was the one about The Amṛtasiddhi, Haṭha Yoga’s First Text with professor James Mallinson, rich on medieval alchemy and the basis of yoga powerful bandhas.
Also the one about Women and Gender in Hindu Tantra with professor Sravana Borkataky-Varma from Harvard Divinity School opened my mind to a whole new world about transgenders and religion in India.
Life
I’ve shared this before, but in a nutshell, I became “unpartnered.” How do we navigate discussions about modern couples who cohabit after 30, without the traditional marriage ceremony, yet face a complex web of shared responsibilities, from bill payments to dividing house plants and kitchenware upon separation?
In the midst of this, I relocated to a new neighborhood, my psychologist went on maternity leave, I renovated my new apartment, a tragic death occurred in my family, also a cancer removal on another family member and another loved one came close to death but is now in a rehabilitation clinic. On top of this, after nearly a decade of living independently, I moved to a location right next to my blood relatives.
To say 2023 has been a challenging year would be an understatement.
On the other hand, living close to my family again has been an enlightening experience. It has offered me a deeper understanding of my roots and myself. While it presents its own set of challenges, I find great joy in spending time with my elderly relatives. My regular visits to my nearly 90-year-old grandmother, filled with card games and her life stories, have been particularly rewarding.
About my new neighborhood, it offers a stark contrast to downtown São Paulo. The sense of safety is palpable, allowing me to stroll at night with my phone in hand, a luxury I could not afford before. Yet, I find myself yearning for the familiar hipster vibes, the freedom of cycling at Minhocão, and the weekend breakfasts at TAKKO coffee shop, surrounded by fellow tattooed people.
Nowadays, my daily view is filled with wealthy individuals in gym clothes. The coffee shops, once my go-to spots for a change of scenery while working, are now mostly frequented by retired flâneurs. So, I prefer to stay at home, which led me to overthink my setup, so I bought myself a standing desk—fancy.
On the flip side, I’m a mere 10-minute walk from the indoor climbing gym and a 20-minute stroll from São Paulo’s “Central Park,” Ibirapuera Park. This proximity has significantly boosted my climbing skills and provided me with much-needed nature time.
After the initial tumult of the first semester, I’ve been channeling my energy into establishing new routines, strengthening my social and familial ties, and seeking stability. As I look ahead, I’m optimistic that 2024 will be a year of fewer disruptions and more tranquility.
GYM
I lost 7 kilos total and gained 3 kilos of muscle mass this year! Climbing definitely helped, but I’m also consistently going to the gym and applied Huberman’s Lab 3-5 protocol, which I found gave me the most strength I have ever had so far.
Squats: 40kg – 50kg
Rowing: 30kg – 40kg
Shoulder Press: 10kg
Chest: 15kg
Unilateral deadlift: 14kg
Bulgarian split squat: 16kg
You know, people say after 40’s we lose 1% of muscle mass per year by default, so I have 7 years ahead to build more consistent muscles, or “a health savings”
In conclusion
2023 has been the most challenging year of my life, yet it was also a time of great energy and new opportunities. I had the chance to meet new people and acquire a wealth of knowledge.
My life now feels like it’s in a transitional phase, laying the groundwork for something new. This period of change is refreshing and filled with potential, despite the sense of loss and the numerous changes I’ve faced this year. Here’s to a fantastic 2024 for us all. See you around!