comecei a ver a série the bear e parei no segundo episódio.
depois alguém me falou que o sétimo episódio da primeira temporada tinha os melhores plano sequência que ela já tinha visto na vida, insistiu pra eu assistir somente até o sétimo episódio da primeira temporada.
então eu vi a série inteira.
o mesmo motivo que me fez parar de ver a série da primeira vez, foi o mesmo motivo que me fez devorar a série até o final:
ela me deixa put4.
primeiro eu não queria me sentir assim.
pô, eu to vivendo minha vida suave e daí ligo um episódio pra me distrair, só trinta minutinhos e quando vejo eu tô nos nervos, na ponta da cadeira, grudada na tela, com vontade de gritar – AAAAA.
cara, como que o Christopher Storer faz isso com a gente?
nunca assisti outra coisa desse diretor, mas quis ir até o fim pra ver até onde ele conseguiria me levar e o porquê.
pra mim, tudo começa com o som, é muito estressante os barulhos de utensílios de cozinha constante no fundo, os diálogos sobrepostos – conversas entrelaçadas e rápidas – e, claro, os gritos, um leve gatilho pra pessoas descendentes de italianos, como eu.
as câmeras com movimentos rápidos e angulações baixas ou estreitas te deixam meio claustrofóbico, são super próximas das pessoas, da pra ver a pele deles poro a poro, com vários close-up também nas mãos, com cores bem chamativas no azul e vermelho, mas com vários cortes nostalgicos mais em tom pastel quando rola uma memória de um personagem.
o tal do sétimo episódio – que na verdade era o sétimo da segunda temporada “Review” – tem um plano-sequência (filmagem sem cortes, a câmera não para, vai seguindo os personagens) de VINTE mi-nu-tos. o diretor é incrível? sim. mas e os atores e produção pra performar essa dança? f0da demais.
a última temporada foi uma voadora no peito, depois de tudo que sabíamos dos personagens, cada episódio foi mais a fundo nas angústia de cada um, obviamente o ep. com o parto Natalie é o mais impactante pra qualquer pessoa com mommy issues (🙋🏼♀️).
o mais especial da série, pra mim, é a complexidade dos personagens – não tem um ali que você ama do começo ao fim, tem os que você odeia e depois vai vendo alguns pontos positivos e vice versa.
são as escolhas técnicas do som e imagem tão pensadas frame a frame que te fazem se conectar com a história, porque elas refletem muito bem os estados mentais dos personagens.
por exemplo, as vezes rola uns momentos de pausa com enquadramentos mais estáticos, parece que ta você e o personagem fazendo numa pausa pra respirar, lidando com tudo o que acabou de rolar freneticamente.
mal posso esperar pra re-assistir em uns 5 anos. 10/10