Tempo, tempo, mano velho…

a ref pro título do texto de hoje é essa linda música do pato fu.


Outro dia a Ca Fremder viralizou “revidando” um comentário no tiktok e queria enquadrar a resposta, por na parede, mas como não tenho casa vou apenas quotar aqui.

Uma moça mandou o que vc ta fazendo aqui?! sua velha! e a diva disse o seguinte:

Passa assim ó, to com 42, querida, amanhã vc ta com 42. Se tudo der certo! Porque você pode morrer. Olha que loucura. E a ideia é ficar velha, entendeu? Porque eu não quero morrer. Então a não ser que você queira morrer, é velho que você vai ser. Entendeu? Se você ainda não entendeu isso, que difícil pra você.

Se quiser rir muito, veja aqui no original.

Essa alfinetada inter-geracional internética me deixou pensando sobre a dificuldade que temos em compreender o tempo.

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O tempo é apenas uma questão de interpretação, não é uma lei definida, inclusive Einstein acreditava que os conceitos de espaço e tempo são criações livres da inteligência humana.

Todas as culturas tentam fazer sentido desse rio-tempo que parece passar trazendo e levando cada um de nós. A nossa, mais recentemente, tem metrificado ele com relógios de pulso e o google Calendar, que levanta uma notificação na tela pra te lembrar que faz mais 30 dias que você esta namorando ou se passaram mais 365 dias da vida de alguém querido.

Grada rainha Kilomba estava dizendo no Roda viva:

…o tempo não é fragmentado, o tempo não é linear. Isso é uma construção da história colonial: “há um passado, há um presente, há um futuro.

No pensamento africano e de todas, muitas, outras diásporas, o tempo coexiste. Eu não posso estar no presente sem a história do passado. O meu presente é futurista, ultrapassa o presente e está no passado. É uma complexidade de tempos.

Estamos coexistindo aqui nesses tempos todos, com nossas memórias de idades diferentes, somadas aos escritos e conhecimentos de outras épocas.

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Isso é lindo e muito complexo de conceber, principalmente pra nós que crescemos nessa ficção linear, achando que necessariamente quem é mais novo tem mais tempo de vida pela frente e que ser promissor – ter essa promessa de vida – é melhor do que de fato o que foi realizado na vida de cada um depois de velho.

Viver sonhando com a juventude ou com o que poderia ter sido – sem nunca pensar que nosso tempo é agora, temendo ficar inválido ou ser descartado na velhice e comparando todos os aspectos da vida com todas as outras pessoas de idades e realidades completamente diferentes… pra mim, isso é em parte resultado da nossa concepção do tempo linear e parece muito duro viver assim.

o envelhecer em diferentes culturas

Aqui no Brasil, a pessoa velha do imaginário coletivo tem como hobby encher as filas preferenciais dos bancos ou pegar o assento pela manhã, te fazendo surfar no ônibus pro trabalho , principalmente se tua linha passa pelos hospitais da cidade.

Isso para as pessoas muito velhas, todas as outras pessoas adultas devem estar em casa cuidando dos filhos ou basicamente trabalhando offline, longe do tiktok. Chato, né? Essas fics só podem gerar uma não-vontade de envelhecer, mesmo.

Outro dia vi que tem um bar nos Estados Unidos que não aceita pessoas com menos de 30 anos, achei o máximo, mas deveria ser totalmente comum, não? A maior parte da vida acontece aí – continuamos fazendo amizades, aprendendo novas coisas, ganhando dinheiro, conhecendo lugares e tocando a vida muito além dos 20.

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Na Italia a maioria das pessoas em cafés e barzinhos tem entre uns 40 a 60 anos. Como estão em maioria, deve ser impensável alguém achar que pessoas com aparência-de-adultas-formadas não podem ter lugar de fala ou não tem uma vida promissora.

Mas pra não comparar apenas com países muito mais ricos, quero dizer que quando fui a China foi pior ainda, via velha em todo lugar! Lá elas tem vida ativa, fazem exercício (e dançam!) com amigas no parque (super comum), vão á lugares de transporte público em qualquer horário, trabalham em comércios…

Voltando ao Brasil, outro dia estava no show da Elba Ramalho no maior São João do mundo, em Campina Grande (desculpa, Caruaru), quando ouço dois caras bombadinhos tatuados ao meu lado falando:

Olha a múmia lá

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A diva de 72 anos de idade animando uma multidão que eles jamais vão cativar na vida e o comentário dos bonitões é esse… Duvido que eles disseram isso no show de Alceu Valença ou de Geraldo Azevedo.

é possível rejuvenescer ou… não morrer?

Ter a aparência velha não é obviamente horrível, mas um construto social.

Inclusive, alguns países tem como busca de p*rnogr@f!a as mulheres mais velhas – é realmente a preferência, mas na maior parte do mundo pessoas com sacos enrugados são facilmente comprados pela mídia barata, gostam de ver adolescentes fazendo s3x0.

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A cultura hegemônica capitalista global esta cada vez mais obcecada por deixar todo mundo com cara de 20 anosque pra mim foi a pior década da vida, pelo amor de deus, não, por favor não me levem de volta praquele purgatório!

Nós poderíamos deixar o padrão de beleza ali na casa dos 40, o rostinho mais torneado, a musculatura bem desenvolvida de uma pessoa ativa há anos…

E se passarmos a viver até os 100, podemos atualizar os padrões de sexy para os 50 anos. Seria muito mais realista, menos frustrante, mais barato… Que tal?

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Claro que isso não vai acontecer, manter esses padrões de beleza que negam a natureza da vida – envelhecer – nada mais é do que um jeito infalível de manter todo um mercado girando.

Estamos dentro da roda, logo, super justificável querer aparentar ser mais novo pra não ser atropelado pelos preconceitos, mas bom lembrar que mesmo que eu me distraia da inevitabilidade de envelhecer colocando um botox preventivo ou qualquer outra m*rda pra ficar mais ou menos nos padrões (esses dias minha obsessão é por bocas carnudas)…

Não tem procedimento estético com garantia de que amanhã vou estar viva.

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Quando minhas avós de 90+ contam que pegavam o bonde na garoa e papeavam com as amigas na saída do trabalho ali perto do Mappin, penso que elas tem as mesmas vantagens do que eu de estar vivendo o aqui e o agora, vivas e lúcidas pra passar suas memórias.

Elas tem mais dores? ô! As véia já não tem mais cartilagem nas junta! Mas elas são com certeza sortudas, porque viveram as vidas sem grandes acidentes, estão bem.

Já eu, não sei se vou sofrer um acidente amanhã – deusmelivre – ou se vou poder contar para as gerações futuras quantas outras vezes reformamos o vale do Anhangabaú – elas, tão aí, na contagem!

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Talvez essa minha visão amarga forma de ver a vida seja porque quando nova perdi pessoas jovens, meu paidrasto morreu aos 33 anos (minha idade hoje) num acidente de carro – eu tinha 13 – e outro amigo também se foi assim, mas aos 15 anos – percebi logo que a vida longa não é uma certeza, pra ninguém.

No geral, a não ser pelos monges budistas – pique livro do viver e do morrer – a gente nem quer pensar sobre isso. Com razão, quem quer pensar no fim desconhecido?

esse fio é ótimo

A obsessão por não-morrer é atemporal (e geralmente esta atrelado a não-envelhecer), a gente quer acreditar que vai transcender a morte, tal qual os yoguis de milhares de anos atrás.

Hoje tem bilionário por aí vendendo vida eterna, a alimentação perfeita, os suplementos, conjunto de exercícios… como aqueles manuais de exercícios corretamente corretos de cem anos atrás que contei outro dia.

Longevity investor Bryan Johnson hosted Kim Kardashian and Andrew Huberman  at a 'Don't Die Dinner,' where they discussed their own mortality | Fortune  Well
Bryan Johnson diz ter rejuvenecido molecularmente 20 anos – se ele tivesse nos 60 eu já tinha pago iof da sua capsula milagrosa, mas ele tem 46 anos

Sempre foi assim, mas acho que com as telas piorou.

Nosso mundo externo ta cada vez mais entre telas cheias de imagens de gente jovem jorradas pelos algoritmos, constantemente perdemos a noção do tempo que passou ou de como esta nosso corpo sentado na cadeira enquanto vidrados nas telinhas.

a vida digital

As plataformas digitais nos permitem ter várias “vidas” simultâneas tão reais quanto a vida material, cada uma com sua própria narrativa variada, em vídeos, textos, fotos, memes, áudios em 2x…

Kant achava que nosso conhecimento do mundo é limitado ao que é possível conhecer através de nossa percepção:

espaço e tempo não são realidades físicas independentes, mas sim construções mentais que usamos para organizar nossas experiências e o mundo externo.

E temos organizado as coisas de forma bem diferente de tudo o que já vivemos como humanidade…


Se você não me conhece, prazer, Michelle. Se me conhece, já sabe, Michelle.

Eu viajo o mundo trabalhando como desenvolvedora de sistemas, mas apesar de ser uma techie girl, sempre fui meio amadeu das ideia contra a super digitalização de tudo.

Se você também gosta de meter o pau em quem fica scrollando a timeline no banheiro, mas que, como eu, ta lendo essa newsletter do trono, fica, se inscreva:

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Parece meio black mirror mas é real, nossas vidas tem passado mesmo em um tempo diferente que nos faz esquecer onde estamos, quanto tempo passou e quiçá, que estamos envelhecendo ou vamos morrer um dia.

onde estamos?

Outro dia tava falando sobre a gente puxar menos papo com desconhecidos na cidade grande, lembra?

Disse: parece que a gente se sente mais pertencente e próxima a grupos e pessoas online do que com quem esta no mesmo lugar ou frequenta os mesmos lugares que nós – tipo quem vai na mesma academia.

  • a gente já sabe, já sentiu, que nossa percepção e conexão com o espaço não tem totalmente a ver com estar com o corpo material e fisicamente nesse espaço.

quanto tempo passou?

Vamos juntar com esse outro fato aqui embaixo:

Não sei se já aconteceu com você (rs) ou eu que sou muito esquisita (rs), mas sabe quando a gente ta no telefone e perde totalmente a noção do tempo (rs)? Achava que tava há quinze minutos na tela, mas ta há duas horas e meia (rs)? Então (rs).

  • a gente já sabe, já sentiu aquilo que a Grada Kilomba falou ali em cima: o tempo não passa de forma linear, nossa percepção dele muda, as vezes parece que o ano passou voando, “as vezes quando to com você o tempo para” 🥹

Isso dá uma percepção de tempo-espaço diferente: com a internet podemos experimentar mais eventos e interações fora dos nossos contextos físicos imediatos, criando uma nova dimensão de realidade.

novos lugares, novos tempos

O espaço e o tempo são parte de uma mistura complexa e multidimensional que compõe a realidade junto com outras coisas como energia, luz, som, calor etc.

John O’Keefe chama isso de “sopa de energia n-dimensional”.

Para interagir com o mundo, os animais – incluindo os humanos – precisam dividir essa “sopa” complexa em partes distintas ou “objetos”.

Isso permite que o hipocampo mapeie os ambientes e possamos identificar, interagir e navegar entre diferentes elementos do nosso ambiente – John ganhou um Nobel com estudos sobre a relação entre o hipocampo, espaço e tempo.

E agora nessa sopa temos o celular.

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Ele é um novo objeto que expande nossa capacidade de perceber dimensões antes inacessíveis, ao nos expor a estímulos e ambientes virtuais elaborados que não encontramos no mundo físico – vídeos bem editados, com movimentos e falas pré-pensados, cortes e músicas estratégicos…

quanto tempo demora pra … ?

Quanto tempo e habilidade precisa pra preparar um ramen? No shorts demora 1 minuto, parece fácil. Quanto tempo demora pra aprender a programar? No YouTube tem gente que ensina hoW tO Be A proGrammEr iN 6 MOnThs.

Tudo se resolve digitalmente de forma descontextualizada – nem se ouve mais um álbum inteiro (!!) e a mensagem do artista? (!!) – A gente vai perdendo a noção do tempo que demora pra fazer as coisas.

Buscar fora de nós um padrão do melhor tempo pra fazer algo nega aquilo que sentimos na pele: cada um entra no flow de maneiras e por motivos diferentes.

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As vezes rola uns picos de interesse, horas e dias vidrada em construir algo ou solucionar algum mistério e isso não é necessariamente uma neurodivergência, apenas a natureza agindo, em ciclos. O que me faz pensar na relação que a gente vive com o trabalho.

tempo de trabalhar

Ando internalizando aquela crítica de que o trabalho ideal de 40 horas semanais é uma ficção. Metrificae pelo relógio o tempo produtivo é uma relíquia da revolução industrial e só alimenta a narrativa linear, logo só pode gerar uma ansiedade desnecessária e não condiz com a natureza do tempo.

Estou viajando nômadee, ás vezes, ao invés de turistar por aí, trabalho muito mais horas do que costumava fazer em casa. Achei que seria o inverso, mas tenho curtido isso, sabe…

Antes eu chamaria qualquer pessoa assim de c4del!nha corporativa, mas convenhamos que é super comum, quando não estamos trabalhando, passar 2 horas por dia a mais no telefone – o que nada mais é do que ser doadora de dados para grandes corporações.

Ninguém trabalha constantemente numa cadência exata. Há dias que tudo pode ser feito em 4 horas, outras semanas podem ser pra se atualizar, aprender algo difícil…

As horas de trabalho podem ser pra mais ou pra menos, ao longo de uma (te desejo) longa vida – e isso sim é realista, não é uma ficção dos tempos de chão de fábrica.

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Fora isso, claramente o trabalho de fábrica é diferente do trabalho de tela, como metrificar as novas camadas complexas de espaço-tempo geradas pelas novas tecnologias?

Tecnologias muito, mas muito mais imersivas dos que as de 200 anos atrás, como os bons livros com boas história que (ainda) nos faz perder a noção do tempo.

O que são 3 horas e 26 minutos vendo tweets? O que são 3 horas e 26 minutos assistindo Assassino da Lua das Flores? Você me diga.

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Logo, as coisas levam o tempo que tem que levar – cada um que sente seu próprio tempo.

o tempo pra mulher

Voltando a comentar sobre o mini-ataque no tiktok já pra ir terminando o texto…

Esse evento cabe na questão ali da Elba Ramalho – o tempo passa diferente pra mulher, porque não importa quão f*da a gente se torne, acabamos reduzidas a nossa idade.

Compreensível, afinal fomos criadas no suco de Cinderela, sua madrasta era poderosíssima, mas queria mesmo é a juventude da enteada. Logo, a juventude eterna deveria ser o desejo de toda mulher.

Inclusive, vivemos todas em uma suposta competição eterna entre todas as mulheres – infelizmente, é mais provável que uma menina de 16 anos se sinta ameaçada por uma mulher de 42 e ataque ela chamando de velha (rs) do que se sentir feliz por uma representação feminina na rede, um modelo a ser seguido.

Há diversos homens da idade de Ca Fremder pelo tiktok e duvido muito que recebam esse tipo de comentário. Pelo contrário, devem ser vozes que causam admiração por caras mais novos que – querem ser assim um dia, aliás, o quanto antes!

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Esse tipo de mentalidade ta tão arraigado que outro dia vivi ela de forma inesperada:

Tava na estrada, ouvindo um som, vendo a paisagem e comentei com meu amigo que tava sentindo inveja forte de uma moça que conhecemos:

ela faz yoga cotidianamente, está cercada de presenças femininas… duas coisas que me trazem felicidade, andava sentindo falta na viagem e queria conversar com ele que precisava fazer algo em relação a isso.

Geralmente ele é um ótimo ouvinte, nos conhecemos há anos e ele gosta de trocar, mas a primeira coisa que disse foi:

talvez você tenha ficado com inveja porque ela é mais nova.

Nós mulheres estamos sempre, nas camadas profundas de tudo o que se é dito ou pensado socialmente, numa corrida contra o tempo diferente dos homens – esses que podem colocar a cadeira na calçada e ficar apontando pras nossas rugas, enquanto suas barrigas crescem sem ninguém notar.

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Por que ele achou que ela era mais nova do que eu? E por que eu teria inveja de alguém com menos idade? Será que ele, chegando nos seus 30, sentia inveja de pessoas mais novas – e tava projetando isso em mim?

Acho que ele não quis dizer algo tipo:

Você ta com inveja porque ela tem mais tempo pra viver do que você 🍃

Provavelmente quis dizer:

Talvez você tenha ficado com inveja porque ela é mais bonita do que você.

Enfim, jamais saberemos sua real intenção… Tava tão entretida em destrinchar a questão do yoga e das amigas que nem problematizei na hora, mas trago aqui como exemplo

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O tempo pra mulher tem que passar diferente, e isso permeia nosso imaginário e cotidiano, mulheres tem o seu lugar: as idosas não podem animar shows, as que passaram dos 30 tem que invejar qualquer (suposta) juventude e as que estão além dos 40 não devem se expressar nas redes sociais.

o fim

é isso mig. essas são minhas divagações sobre o tempo ultimamente… viajar por aí sem rumo de novo tem me feito colocar tantas coisas em perspectiva, as vezes sinto

qq to fazeno aqui tenho só 6 anos

muitas questões sem resposta, para as que já tenho algumas opiniões formadas, fica as “conclusões” desse texto:

  • usar nossas experiências de percepção do tempo para nos lembrar de que a narrativa do tempo linear é uma prisão horrorosa – formar nossa própria concepção do tempo;
  • eu que devo construir o que é belo dentro de mim, inclusive em relação a beleza s3xual – e jamais dar corda pra homem que ainda não descobriu o poder disso;
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  • o tempo que passo falando com pessoas online é real e tão valioso quanto no cara-a-cara, já que é tempo passando também – o espaço online é diferente do que conhecíamos, mas ela existe e me forma tanto quanto o offline;
  • viajar, ler histórias de outros tempos, outras culturas e outras realidades sociais nos faz ter certeza de que nunca estamos velhos pra fazer algo que temos condições mentais e físicas pra tentar;
  • é bom ser uma inspiração para pessoas mais novas ao invés de competir – e é ótimo encarar as pessoas mais velhas como mentoras – e também as mais novas;
  • experimentar pensar o trabalho no seu tempo e do seu jeito é libertador – mesmo que tenha prazos e metas, mudar a qualidade do pensamento sobre ele;

mais ou menos isso que quis dizer… e uma rajada de fotos que nos fazem notar que não é comum ver fotos de idosos fazendo coisas por aí nas interwebs.

brigada por ler <3

te deixo com uma arte que vi outro dia na estrada indo a Igatu – Bahia: